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Covid-19 e gripe: 6 respostas sobre a vacinação simultânea prestes a começar no Brasil.

O Brasil viverá uma situação ainda mais desafiadora do ponto de vista da saúde pública a partir das próximas semanas: o país vai realizar duas campanhas em massa de vacinação de forma simultânea.
De acordo com o Ministério da Saúde, começa em 12 de abril a imunização contra a gripe, que acontece todos os anos a partir do início do outono, quando a temperatura começa a cair e a circulação de vírus que afetam o sistema respiratório (como é o caso do influenza, o causador da doença) aumentam consideravelmente.
As campanhas contra a gripe e a covid-19 acontecerão em paralelo e já levantam dúvidas sobre quem deve tomar as doses, qual o tempo de espera entre uma vacina e outra e como será a organização para evitar aglomerações nos postos de saúde.

A BBC News Brasil consultou especialistas para tirar as principais dúvidas e entender a importância de se proteger contra essas duas doenças.
Quem pode tomar as vacinas contra a covid-19 e a gripe?
É preciso prestar muita atenção, pois os grupos prioritários e a ordem em que eles serão atendidos muda um pouco de acordo com cada campanha.
Por enquanto, os municípios brasileiros estão vacinando contra a covid-19 os profissionais de saúde e pessoas com mais de 60 anos em diversas faixas etárias. Muitos locais começaram convocando indivíduos acima de 90 anos e foram diminuindo a idade aos poucos.

A expectativa é que trabalhadores da educação e das forças de segurança e salvamento comecem a tomar suas doses contra o coronavírus nas próximas semanas, de acordo com o cronograma de cada prefeitura.
Já no caso da vacinação contra a gripe, os primeiros contemplados serão:

A partir de 12/04: crianças, gestantes, puérperas (mulheres que tiveram filho há pouco tempo), indígenas e trabalhadores de saúde;
A partir de 11/05: pessoas com mais de 60 anos e professores;
Entre 9/06 e 9/07: indivíduos com comorbidades ou deficiências permanentes, caminhoneiros, trabalhadores do sistema rodoviário e portuário, forças de segurança e das Forças Armadas, funcionários do sistema prisional, população privada de liberdade e jovens de 12 a 21 anos que estão sob medidas socioeducativas.

Geralmente, as campanhas contra a gripe se iniciam com os idosos. Mas, em 2021, eles foram transferidos para uma segunda etapa para não haver confusão e conflito com o calendário estabelecido contra a covid-19.

A expectativa é que, a partir de maio, a maioria dos indivíduos com mais de 60 anos esteja devidamente protegida contra o coronavírus e fique liberada para também se resguardar contra o influenza.
Qual das vacinas deve ser priorizada?
Os dois imunizantes são essenciais e ajudam a evitar complicações respiratórias que exigem internação e podem até levar à morte.
Se você fizer parte do público-alvo das duas campanhas em algum momento nos próximos meses, a prioridade deve ser dada à vacina contra a covid-19.
Posso tomar as vacinas contra a covid-19 e a gripe juntas, no mesmo dia? 
Não. É preciso esperar 15 dias entre uma vacina e outra, segundo as orientações das autoridades em saúde pública.
Mas qual a razão desse intervalo de duas semanas?
Como as pesquisas a respeito do tema ainda não foram feitas, o Ministério da Saúde optou pela prudência, para evitar qualquer efeito colateral inesperado ou uma diminuição na efetividade dos imunizantes.
Vamos a exemplos de como esse esquema vai funcionar na prática: você pode tomar a primeira dose da Coronavac e aguardar de 14 a 28 dias para receber a segunda dose desta mesma vacina.
Qual a importância de se vacinar contra essas duas doenças? 
Tanto gripe quanto covid-19 são enfermidades que afetam o sistema respiratório, podem trazer complicações ou sequelas e até matar.
O Brasil tem doses garantidas para proteger a população contra a covid-19 e a gripe? 
A situação varia bastante. No caso das vacinas contra a gripe, a preocupação com uma eventual escassez é menor, quase inexistente.
Isso porque o Brasil é autossuficiente nesse quesito: a fabricação fica a cargo do Instituto Butantan, que nem depende mais da importação do insumo farmacêutico ativo (IFA) para entregar, todos os anos, 80 milhões de doses ao Ministério da Saúde.
Quais são os desafios de realizar duas campanhas simultâneas? 
Além das questões de organização e logística, os especialistas ouvidos pela BBC News Brasil chamam a atenção para o desafio de fazer uma boa comunicação às pessoas sobre as campanhas simultâneas.
Segundo Maia, que foi coordenadora do PNI entre 1995 e 2005, destaca que, por mais experiência que o Brasil tenha em imunizações, é preciso se adaptar à nova realidade.
"Fazer campanhas de vacinação é se reinventar a todo o momento. Ficar no mesmismo é a receita para o fracasso", pensa a médica.

Por Betonews fonte, BBC notícias.



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