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Florianópolis completa um mês sem mortes por coronavírus: isolamento funcionou?

Florianópolis completa um mês sem mortes por coronavírus nesta quinta-feira (4). O último óbito na cidade por conta da doença ocorreu no dia 4 de maio. Com a marca, a capital de Santa Catarina fica entre as capitais com menores números de óbitos e com uma das menores taxas de letalidade pela covid-19.
Neste mês sem mortes por coronavírus, o número de casos confirmados passou de 353 para 697. Ao completar 30 dias sem óbitos pela covid-19, Florianópolis convive com a aprovação das medidas adotadas para reduzir o contágio e analisa novas estratégias para próximas etapas de reabertura, como a volta dos ônibus
Para a prefeitura, esse mês sem mortes é resultado de medidas tomadas desde o início da pandemia, como o isolamento adotado cedo, a testagem em grande quantidade e o atendimento dos casos suspeitos e seus contatos. Para especialistas, outros fatores como o atendimento hospitalar também interferem no quadro.
A marca de um mês sem mortes por covid-19 ocorre em um momento que a cidade também apresenta outros números de destaque no controle da doença em comparação com capitais de outros Estados do país.

Florianópolis tinha até esta quarta-feira o menor número de mortes causadas pela covid-19 entre as 27 capitais, ao lado de Campo Grande (MS), ambas com sete óbitos. Na proporção de mortes pelo tamanho da população, a capital catarinense tem a segunda menor incidência, com 1,40 óbitos para cada 100 mil habitantes, contra 0,78 da capital sul-mato-grossense. A taxa de letalidade de Florianópolis, que é a divisão do total de casos confirmados pelo número de óbitos por covid-19, é a menor entre as 27 capitais, com 1%.
O secretário de Saúde de Florianópolis, Carlos Alberto Justo da Silva, cita que entre as medidas adotadas pelo município que teriam contribuído com o período sem mortes está a adoção do isolamento desde o início da pandemia – a cidade adotou o distanciamento desde 13 de março – e a testagem em grande escala. A prefeitura adquiriu mais de 30 mil testes e examinou pacientes suspeitos em pontos como o aeroporto, rodoviária e em um ponto de drive thru.
– Enquanto no Brasil se falava em testar só casos graves, já testávamos todos os suspeitos. Quando testava só na emergência, não dava atenção a todos os suspeitos e contatos. Testar em massa e monitorar os contatos dos positivos, para com isso poder isolá-los, foi determinante para evitar o aumento da doença – avalia justo da Silva.
Além dos testes, o secretário cita também o atendimento de saúde básica, com as equipes de Estratégia de Saúde da Família, que puderam ser contatadas pelo aplicativo Whatsapp, e ferramentas como o Alô, Saúde, que foi lançado no início da pandemia e fez 44 mil atendimentos de videoconsulta.

“Não há uma resposta mágica para reduzir as mortes”, diz secretário

A parceria com empresas de tecnologia, que permitiu também a cidade avisar os moradores sobre a existência de casos suspeitos em raio de 200 metros, também deve ajudar na retomada do transporte coletivo, anunciada pelo município esta semana. Um QR-Code vai ser disponibilizado para quem quiser cadastrar o celular. Caso haja algum caso suspeito naquele veículo, o sistema deve facilitar a localização dos passageiros para comunicar o caso.
O secretário de Saúde de Florianópolis lembra que de acordo com a literatura médica aproximadamente 1,5% das pessoas contaminadas por covid-19 morrem por causa da doença. Por isso, segundo ele, o período de um mês sem mortes reflete acima de tudo um número menor de contágio da doença na cidade.
– Não há uma resposta mágica para reduzir as mortes. É impedir que haja circulação, de contaminação e de pessoas contaminadas. Quanto maior número de pessoas contaminadas, maior número de pessoas em UTI e também de óbitos – afirma o secretário de saúde.
O médico infectologista Antônio Miranda defende que na avaliação dele o bom atendimento hospitalar é a principal explicação para a redução nas mortes causadas por covid-19 em Florianópolis. Ele chama a atenção para o trabalho das equipes de médicos e profissionais.
– Essa questão hospitalar do atendimento precoce e de boa qualidade é fundamental. O paciente começando a ser sintomático, se você interna ele precocemente, com atendimento bom, diminui muito a mortalidade. Diagnosticar é importante, mas só isso não resolve, é preciso diagnosticar e tratar bem. Isso sim faz a diferença para uma menor mortalidade – aponta.

Por Beto News.

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