Nova noite soteropolitana tem distanciamento, máscaras 'na cadeira' e até turistas
Todo mundo espera alguma coisa de um sábado à noite. Mas em tempos de pandemia, não dá para esperar um lazer que não tenha distanciamento social, cuidado redobrado e muitas medidas de higiene e segurança. Nesse final de semana, o primeiro vivido com a reabertura de bares e restaurantes, o movimento na cidade foi intenso.
O CORREIO conferiu de perto esse agito em diferentes pontos da cidade. No Largo da Mariquita, no Rio Vermelho, até turistas nós encontramos. Os amigos Jeremy Dacler e Daniel Dogo são da Guiana Francesa e vieram ver as namoradas, que vivem em Salvador. Essa foi a primeira vez da dupla no bairro boêmio. “Vamos ficar na cidade por mais duas semanas e, até lá, espero voltar outras vezes”, disse Daniel. Os amigos bebiam cerveja e não usavam a máscara. Jeremy colocou o equipamento de proteção na própria cadeira.
Todo o largo estava tomado por consumidores nesse sábado (15) à noite. O aumento da circulação no local era visível pelo gari que toda noite trabalha por lá. ”O volume de lixo já aumentou cerca de 50%. Tenho visto mais máscaras no chão. Para mim, essa volta é ruim, pois eu acabo trabalhando mais. Mas eu procuro ficar longe das pessoas, para não correr o risco de ser contaminado”, disse o gari Pedro Paulo, mais conhecido como Binho.
Além de pessoas bebendo nos bares e ambulantes do local, havia fila no Acarajé da Cira e nos outros dois quiosques do espaço. Na praça, crianças, adultos e idosos estavam sentados nos bancos ou andando de bicicleta. Alguns também não usavam máscara ou a colocaram incorretamente. “Só no sábado de tarde eu vendi o mesmo que em toda a sexta-feira. A expectativa é aumentar progressivamente as vendas nos próximos dias”, disse o ambulante Ivo Roberto, 59 anos.
Já no Largo de Santana, as estátuas de Jorge Amado e Zélia Gatai viam um movimento menor do que havia na Mariquita. "Fazia um tempo que a gente não podia sair e respirar esse ar fresco, ter essa experiência de barzinho. Mas eu fico preocupada com as pessoas que não cumprem a medida", disse Bernadete Cardoso, que saiu da Graça para tomar uma gelada com o irmão Reginaldo Cardoso, morador do Rio Vermelho, no Largo de Santana.
Bernadete usava a máscara e só a retirava na hora de beber a cerveja. Já Reginaldo preferiu não correr o risco de esquecer que usava o equipamento de proteção e derramar a bebida no próprio corpo. Ele deixou a máscara no queixo. "A gente ainda está na primeira, então eu não quero arriscar de passar uma vergonha", afirmou.
De acordo com as novas regras, o Espetto Carioca só funciona com 60% da sua capacidade. Ainda com as mesas e cadeiras do lado de fora, não é possível voltar ao que o estabelecimento conseguia suportar antes da pandemia. “Mesmo ficando aqui na calçada, eles só atenderam a gente quando mediram a temperatura. Eu acho que aqui é mais ventilado e, como estamos seguindos todas as medidas, ficamos mais tranquilos”, disse a consumidora Rita Mira, 54 anos, que estava acompanhada do esposo Juarez Oliveira, 54 anos, e do amigo João Neto, 42 anos.
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